A princípio, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil anunciaram, no final do mês de agosto, que deixariam a Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
O aviso foi dado ao Ministro da Economia, Paulo Guedes e, ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Os dois bancos, que são fundadores da instituição, discordavam com o fato desta se posicionar politicamente em favor da democracia sendo uma instituição privada.
Todavia, foi anunciado em setembro que os dois bancos desistiram da decisão e se manterão na Federação.
O Banco do Brasil desistiu de sair da Febraban após um manifesto emitido na semana passada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o qual pedia harmonia entre os três Poderes do Brasil (Judiciário, Legislativo e Executivo) e defendia a democracia.
A Febraban é signatária do documento. O que motivou a escrita do manifesto, chamado de “A praça é dos três Poderes”, foi o fato de várias tensões e conflitos estarem surgindo entre as autoridades públicas.
O documento pede que a harmonia seja uma “regra” entre os três Poderes, pois nenhum é superior ao outro.
Para deixar claro sua desistência, o Banco do Brasil emitiu uma nota na qual em um dos trechos dizia que, após negociações respeitosas com a Febraban, decidiu não se desassociar da instituição.
Por fim, garantiu que todo o processo foi pautado no diálogo e em soluções mediadas, como é característica própria da Federação.
A nota acima foi publicada após a Febraban declarar novamente apoio ao manifesto de harmonia dos três Poderes, desse modo, se distanciando do movimento liderado pela (Fiesp) e ao mesmo tempo em que respeitou as posições discordantes da Caixa e do Banco do Brasil, atendendo, assim, aos dois lados.
O manifesto em questão, que gerou toda a polêmica, foi escrito em conjunto com outros setores do governo e deixou o Presidente da República, Jair Bolsonaro, bem contrariado.
O motivo para tamanha revolta foi pelo fato de a declaração ter sido entendida como um ataque à gestão do ministro Paulo Guedes e assim, Bolsonaro não permitiu que as duas instituições financeiras saíssem da Febraban.
Vale ressaltar que o chefe do executivo federal tem tido bastantes conflitos com os membros do Supremo Tribunal Federal, dessa maneira, os bancos controlados pelo Governo Federal ameaçaram se desassociar da Febraban.
Conforme uma nota emitida pelo presidente-executivo do Banco do Brasil, Fausto Ribeiro, o episódio servirá para movimentos internos na Febraban, os quais favorecerão o diálogo e reafirmarão a importância da instituição no desenvolvimento nacional.
Ribeiro aproveitou a oportunidade e disse que respeita muito os outros bancos e a história de mais de 50 anos da federação.
Já em relação à Caixa, seu presidente, Pedro Guimarães, tratou do caso da forma mais atrapalhada possível e foi quem tomou a iniciativa da saída dos bancos públicos da Febraban.
A verdade é que o não-rompimento do Banco do Brasil e da Caixa com a Febraban ajudou a acalmar os ânimos em um cenário político que já está bem tenso, com um número cada vez maior de empresários criticando o governo Bolsonaro.
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